Degradação da Amazônia teve aumento expressivo em setembro, diz Imazon
A degradação da floresta amazônica teve um aumento expressivo nos últimos meses, chegando a 20 mil km² em setembro. Essa área é mais de 13 vezes maior que a cidade de São Paulo.
De acordo com análise publicada nesta sexta-feira pelo instituto de pesquisa Imazon, o território degradado só em setembro deste ano é 15 vezes maior que no mesmo período do ano passado, como explica a pesquisadora Larissa Amorim. “Setembro, historicamente, apresenta valores altos para a degradação. E neste ano, apresentou o maior valor da série histórica do monitoramento. Além disso, Mato Grosso costuma ser o estado que concentra a maior parte da degradação neste período. Mas este ano, o Pará atingiu o topo do ranking e concentrou 57% das áreas degradadas na Amazônia Legal”, diz.
Assim, os dados mostram que no estado do Pará, o aumento de degradação entre setembro do ano passado e setembro deste ano foi de quase 60 vezes. “Os estados que mais degradaram em setembro de 2024 foram Pará, Mato Grosso e Rondônia. Juntos, eles concentraram 92% de toda a área degradada detectada na Amazônia Legal. Em consequência disso, a maioria dos municípios, assentamentos e unidades de conservação que mais degradaram, estão localizadas no Estado do Pará, que foi o que ocupou o topo deste ranking negativo”, ressalta Larissa.
Uma das localidades destacadas pela pesquisadora Larissa Amorim é a terra indígena Kayapó, com uma população de 6.300 habitantes, e que foi a mais degradada pelo segundo mês seguido. O desmatamento é quando a vegetação é totalmente removida. Já a degradação, que é o que Imazon está apontado neste relatório, é quando a floresta é afetada pela exploração madeireira ou queimadas, ameaçando a biodiversidade.
Setembro também foi o quarto mês consecutivo com crescimento de áreas degradadas. Uma das principais razões é a estiagem e o aumento dos incêndios florestais.