Na presidência do G20, Brasil prioriza desenvolvimento sustentável

Na presidência do G20, Brasil prioriza desenvolvimento sustentável
Publicado em 28/10/2024 às 10:24

O desenvolvimento sustentável é uma das prioridades do G20 no Brasil. O encontro de líderes das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, chamado Cúpula do G20, acontece nos próximos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Desde o início do ano estão sendo realizadas diversas reuniões para discutir as principais temáticas da presidência brasileira no Fórum, entre elas, a do enfrentamento dos desafios climáticos.

Em documento conjunto, os países membros se comprometeram a adotar medidas de adaptação, preservação dos oceanos, pagamento por serviços ecossistêmicos e melhoria da gestão de resíduos e impulso à economia circular.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva afirmou que o foco é aumentar o volume de recursos para reduzir os efeitos dessas mudanças, criar uma base de suporte à cooperação tecnológica e ajudar a acelerar os processos de transformação.

“Nós somos 20 países, juntamente com nossos convidados, que detém cerca de 80% dos recursos financeiros, 80% das emissões de CO2 e também a maior parte, uma grande parte da população do planeta. Se fizermos o dever de casa com certeza estaremos dando uma grande contribuição”.  

Durante encontro da Trilha de Finanças, no Rio de Janeiro, a presidência brasileira no G20 lançou proposta de um Fundo que pretende captar US$ 125 bilhões para financiar a conservação de florestas tropicais. O Fundo deverá ser mantido por países ricos, por meio de empréstimos. A iniciativa vai beneficiar principalmente países pobres e em desenvolvimento, que vão ser remunerados por suas práticas de conservação.

A proposta final deve ser apresentada na COP29, no Azerbaijão, em novembro deste ano, e o lançamento operacional do Fundo deve acontecer na COP30, no Brasil, na cidade de Belém, em 2025.

Segundo o governo brasileiro, atualmente existem 79 nações com florestas tropicais e baixas taxas de desmatamento. De acordo com a proposta inicial do Fundo, os países que reduzirem sua taxa de desmatamento a, no máximo, 0,5%, vão poder receber recursos.

Na Semana do Clima, em Nova York, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que a proposta não vai substituir o mercado de créditos de carbono.  

“Você gera recursos para preservação. O que o mercado de crédito de carbono não garante. Então, isso não é para substituir o mercado de crédito de carbono. A demanda desses países é pra algo que é importante para a humanidade, mas não tem previsão de remuneração. Então, é um mecanismo adicional, que não concorre com o primeiro, mas que é complementar e necessário pra preservação das florestas tropicais”.                       

Na Iniciativa sobre Bioeconomia do G20, outra inovação da presidência brasileira, os países também definiram princípios para conciliar desenvolvimento e sustentabilidade com soluções baseadas na própria natureza.

Os países se comprometeram, por exemplo, com a inclusão de povos indígenas no debate, compartilhamento de boas práticas, criação de metodologias para avaliar a sustentabilidade em todas as cadeias de valor e promoção da restauração e regeneração de áreas e ecossistemas degradados.