Premiê da Hungria diz que vai convidar Netanyahu para visita após decisão do TPI

Premiê da Hungria diz que vai convidar Netanyahu para visita após decisão do TPI
Publicado em 22/11/2024 às 5:53

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse na sexta-feira (22) que convidaria Benjamin Netanyahu para visitar a Hungria, dizendo que garantiria que o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra o premiê israelense “não seria cumprido”.

O TPI emitiu mandados de prisão na quinta-feira (21) para Netanyahu e seu ex-chefe de defesa, Yoav Gallant, bem como um líder do Hamas, Mohammed Diab Ibrahim Al-Masri, também conhecido como Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade no conflito da Faixa de Gaza.

Orbán, cujo país ocupa a presidência rotativa de seis meses da União Europeia, disse à rádio estatal que o mandado de prisão do estava “errado” e acrescentou que o líder israelense seria capaz de conduzir negociações na Hungria “com segurança adequada”.

“Hoje, convidarei o primeiro-ministro de Israel, Sr. Netanyahu, para uma visita à Hungria e, nesse convite, garantirei que, se ele vier, a decisão do TPI não terá efeito na Hungria, e não seguiremos seu conteúdo”, disse Orbán .

Desde que Orbán e seu partido nacionalista Fidesz chegaram ao poder em 2010, ele e Netanyahu forjaram relações políticas próximas. O israelense visitou Budapeste em 2017.

Líderes israelenses e a Casa Branca condenaram veementemente a decisão do Tribunal de Haia, enquanto o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que os mandados não eram políticos e que todos os estados-membros do bloco deveriam respeitar e implementar a decisão.

Dentro da União Europeia, Hungria e República Tcheca têm sido fortes apoiadores de Israel, enquanto países como Espanha e Irlanda enfatizam seu apoio aos palestinos.

O Ministério das Relações Exteriores da República Tcheca, respondendo à decisão do TPI, disse que Praga respeitaria suas obrigações legais internacionais.

No entanto, o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, chamou a decisão do TPI de “infeliz”, dizendo na rede social X: “(A medida) enfraquece sua autoridade em outros casos, quando equipara os representantes eleitos de um estado democrático aos líderes de uma organização terrorista islâmica”.